Aquando da independência da Índia, Jawaharlal Nehru, o primeiro primeiro-ministro da nação, sonhou com "uma nova cidade, símbolo da liberdade da Índia .... uma expressão da fé da nação no futuro". Chandigarh, que significa "fortaleza de Chandi", a deusa indiana do poder, é a encarnação da visão de Nehru. A construção deste município, uma ideia do famoso arquiteto modernista Le Corbusier, nascida do seu sonho utópico de uma cidade vanguardista, simbolizou a determinação da Índia em avançar para o mundo contemporâneo.

Em vez de uma "cidade vertical", Chandigarh foi organizada como uma grelha horizontal com largas avenidas, bairros residenciais, espaços verdes, instalações médicas, escolas, templos, lojas, campos desportivos e um lago artificial. Le Corbusier concebeu a maior parte das infra-estruturas, destacando grandes volumes através de uma utilização arrojada de betão bruto. Adaptando os seus projectos arquitectónicos ao clima da região, Le Corbusier protegeu-a do sol e das chuvas de monção, facilitando ao mesmo tempo a circulação do ar com persianas ventiladas e grandes terraços. Em estreita colaboração com o seu primo ilustre, Pierre Jeanneret supervisionou o fabrico de numerosos artigos de mobiliário para edifícios públicos e privados, utilizando madeira proveniente da limpeza das florestas necessária para o vasto empreendimento.

Recentemente, os preços recorde alcançados em leilão por estas peças deram a conhecer este grande projeto e os seus criadores a um público mais vasto. Hoje, os dirigentes indianos tomaram consciência da riqueza deste grande património cultural e, desde janeiro de 2011, nenhuma peça de mobiliário pode sair do país sem autorização das autoridades e do Ministério da Cultura. Este catálogo raisonné especializado lança uma nova luz sobre este projeto urbano visionário que está a gerar um interesse crescente entre os aficionados do design em todo o mundo.