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Reitoria

A coroar o conjunto da Cidade Universitária de Lisboa, encontramos, majestoso, o edifício da Reitoria, um dos principais exemplos da primeira fase internacionalista do modernismo português. Parte do projecto do “bairro universitário” encomendado ainda nos anos 30 do século passado ao arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, foi concluído e inaugurado em 1961, já depois da sua morte, com algumas alterações feitas pelo seu sobrinho, António Pardal Monteiro, chamado a dar continuidade ao projecto e a adaptá-lo às novas necessidades, então identificadas.

Pretendendo atribuir ao edifício uma iniludível representatividade, Pardal Monteiro sugere integrar na equipa projectista, Daciano da Costa, a quem é incumbido o arranjo interior de algumas dependências da maior importância, como a Aula Magna, inaugurada como a maior sala do país e ainda hoje reconhecida pelas suas qualidades acústicas, e o Salão Nobre, antes conhecido como Salão de Recepção e Festas, onde podemos ver dois frescos por si pintados sob o mote da divisa da Universidade, Ad Lucem (Para a Luz).

Para sublinhar o papel de Casa do Saber e o desígnio de erudição e grandiloquência, foram também chamados a dar o seu contributo, vários artistas contemporâneos. Assim, podemos encontrar no vestíbulo principal do piso térreo que dá as boas-vindas aos visitantes, oito painéis de mosaico de esmalte representando as principais áreas do conhecimento, da autoria do pintor António Lino e, representando a insígnia da Universidade e o escudo nacional, vitrais desenhados por António Lino e executados por José Alves Mendes.

No átrio dos Passos Perdidos, por onde se acede ao primeiro andar, encontramos a colossal porta da Aula Magna que abre directamente para o palco, um dos tesouros da Universidade, pintada nas oficinas da Escola António Arroio também sob supervisão de António Lino, então seu director. Sentado na plateia, o público conseguia assistir de frente ao desfile do cortejo académico que descendo do Salão Nobre pela imponente escadaria (as guardas com elementos decorativos em bronze são da autoria de José Farinha, aludindo à instituição e à cidade) entrava em palco pela enorme porta dourada. Antes de entrar no Salão Nobre, podemos ainda encontrar, oferecidos por Hein Semke em 1985, três painéis da sua autoria, inicialmente realizados para o Hotel Ritz, obra também póstuma de Porfírio Pardal Monteiro.

Após mais de 60 anos de uso, algumas das salas e gabinetes do edifício obedecem ainda à concepção primitiva, resistindo estética e funcionalmente ao tempo e os seus espaços públicos continuam a ser procurados para apresentações, conferências e concertos.